domingo, 20 de fevereiro de 2011

                   
CAPOEIRA

Antes de falarmos um pouco 
sobre a ela, vejamos um breve vídeo sobre essa luta/dança,
sobre seus grandiosos guardiões e mestres:  
Mestre Pastinha e Mestre Bimba



DIÁSPORA

                    
                      Quais os caminhos que os africanos juntamente com todos seus elementos de arte, cultura e religião e demais expressões percorreram ao longo da história antes de criarem aquilo que aqui no Brasil foi denominado como CAPOEIRA?  

                     É inquestionável que para se responder tal questão é necessário muito estudo e aplicação na direção da descoberta de sua trajetória até surgir aqui no Brasil como manifestação de origem afro-descendente.





                     Defende-se a tese de que sua origem está pura e diretamente ligada ao N'GOLO, uma espécie de duelo entre as zebras que acontecia nas regiões de Angola em disputa pela fêmea pronta para o acasalamento. Inspirados nele é que se deu origem ao N'GOLO como uma adaptação para a luta entre guerreiros que, assim como as zebras, usavam golpes de pernadas e cabeçadas para conseguirem vencer seus oponentes e conquistarem suas parceiras-reprodutoras-mulheres.

                     Após esse fato, com a captura dos negros das regiões de Angola para serem trazidos e usados no Brasil em trabalhos escravos, a vivência que eles tiveram em relação a todos os tipos de abusos, humilhações e sofrimentos o N'GOLO sofre agora, para uma outra finalidade uma nova adaptação. Desta vez o objetivo era transformá-lo numa luta que disfarçando-se em dança através de seus gingados e floreios e cada golpe de pernadas e cabeçadas pudessem de forma eficaz serem usados como forma de ataque em busca da conquista de sua liberdade e de uma forma dignamente humana de se viver.
                    




A vida de escravo: muitos deveres
nehum direito. 



Vítima da covardia e dos maus tratos,
castigos e crueldades:

 

                   
                    Um fato inegável é que a escravidão de africanos não foi uma prática vigente somente no Brasil, mas também em muitos outros países da América Central, principalmente nas regiões caribenhas.
                    É possível encontrar na região da Martinica e Jamaica uma dança/luta conhecida como Ladja, que tem muitas semelhanças ao que aqui no Brasil chamamos de capoeira. Faz-se necessário saber se a Ladja é mais antiga que a Capoeira e também saber se não há nenhum tipo de vínculo entre elas, ou seja se a capoeira não surgiu como uma provável adaptação da Ladja que chegou aqui como consequência da  transferência de escravos das regiões caribenhas para o Brasil.

veja aqui  um pouco da Ladja 


                    Com algumas possibiliadades para as origens de nossa capoeira fica um tanto precipitado ou equivocado que sejam feitas afirmações a esse respeito sem que ao menos sejam feitas profundas pesquisas em relação a raiz dessa luta/dança que foi e é tão importante para a formação da atual estrutura social brasileira.

                    Sobre a bateria de instrumentos:

                     A bateria da capoeira angola é formada por três berimbaus, um ou dois pandeiros (depende da tradição/linhagem do grupo de capoeira), um agôgo, um reco-reco, um atabaque. A disposição dos intrumentos na formação da bateria também depende do grupo, da linhagem e da tradição que cada grupo, escola ou núcleo segue. Veja abaixo um exemplo de bateria de capoeira angola:

Bateria da escola de capoeira angola Casa de Mestre Ananias.

O vídeo abaixo já traz uma formação diferente, pois segue uma outra tradição da capoeira angola, a da bateria de Mestre Pastinha:


(Participam os Mestres Pelé da Bomba, Pelé do Tonel, Moa do Katendê, Gildo Alfinete, Boa Gente, Mala, Barba Branca, Baixinho, Neco)



                   É evidente que cada um dos instrumentos citados tem suas origens, portanto também interessante saber sobre elas e entender como esses instumentos foram chegaram a formação atual da capoeira.

Berimbau:

Veja um pouco sobre suas origens africana:





                           Esse é o instrumento que aqui no Brasil simboliza o jogo/luta/dança da capoeira!   
                           É constituído por uma vara em arco, de madeira ou verga, com um comprimento aproximado de 1,50m a 1,70m e um fio de aço (arame) preso nas extremidades da vara. Na sua base é amarrada uma cabaça com o fundo cortado que funciona como caixa de ressonância. O tocador de hungo usa a mão esquerda para sustentar o conjunto e pratica um movimentos de vai e vem contra o ventre, utilizando uma pedra ou uma moeda (dobrão), para pressionar o fio. A mão direita, com uma varinha, percute a corda.


                       Entre os capoeiristas, há uma divisão em subtipos de berimbau:

- gunga ou berra-boi: tom mais grave.

- médio: tom médio.

- violinha ou viola: tom mais alto.

                       Essas categorias relacionam-se ao som, não ao tamanho. A qualidade de um berimbau não depende do comprimento do arco nem do tamanho da cabaça, mas sim do diâmetro e resistência do arco e da qualidade sonora da cabaça. Cada um dos três berimbaus que compoem a bateria são acompanhados de um caxixi, um dobrão e uma baqueta.

 Jogo de berimbaus da bateria de capoeira angola


Caxixi, dobrão e baqueta

Um breve vídeo com o grandioso maestro
Mestre Ananias verificando a afinação dos berimbaus:
  

Fala-se muito pouco sobre a capoeira no Rio de Janeiro, porém deixo abaixo um estudo sobre tal episódio que é de muita importância para formação dessa nobre arte. A Capoeira no Rio de Janeiro :


A CAPOEIRA ESCRAVA NO RIO DE JANEIRO: 1800 A 1850

Brevemente...


A cidade do Rio de Janeiro



No século XIX existiam as Maltas de capoeira, famosas no Rio de Janeiro, que se espalhavam por diversos bairros e freguesias da cidade, cada malta comandava uma região e não admitia a invasão de seu território. Os integrantes das maltas possuíam um modo característico de vestirem-se: trajavam roupas brancas, calça pantalona com boca de sino, camisa ou terno de linho com sapato de bico fino, no pescoço quase sempre usavam um lenço de seda que funcionava como proteção de navalhadas, na cabeça um chapéu e nas mãos, uma faca, navalha ou bengala para qualquer imprevisto. Esses capoeiristas costumavam viver na boemia junto com as prostitutas, vagabundos, aristocratas, imigrantes e intelectuais. Gostavam de festas, comícios e lugares com aglomerado de pessoas para poder saquear, roubar ou arrumar confusão com as maltas rivais. Quase sempre, quando a polícia chegava, conseguiam escapar, mas às vezes não tinha jeito e travavam combates deixando os policias estirados no chão.




As maltas de capoeira eram algo que atormentava a população carioca, principalmente as autoridades que queriam de qualquer maneira exterminá-las. Haviam várias maltas no Rio de Janeiro e cada uma comandava uma região, mas dentre todas, tiveram duas que mais se destacaram: os Guaiamuns e Nagoas.





Os Nagoas atuavam na periferia, chamada de Cidade Velha. Eram ligados aos Monarquistas do Partido Conservador; e tinham uma tradição escrava e africana. Os chapéus era sinais que diferenciavam os integrantes das duas grandes maltas. Os Nagoas usavam um chapéu com uma cinta de cor branca sobre o vermelho e as abas para frente e para baixo.



Os Guaiamuns atuavam na região central, chamada Cidade Nova. Eram ligados aos Republicanos do Partido Liberal; tinham uma tradição mestiça, absorveram muitos imigrantes, crioulos, homens livres e intelectuais. Usavam um chapéu com uma cinta de cor vermelha sobre a branca e as abas para frente e para cima.



Geralmente, os conflitos entre as maltas aconteciam em dias de festa, quando uma malta invadia o território da outra. Muitas vezes os conflitos aconteciam individualmente, ao invés de em grupo; um dos componentes da malta travava combate com um componente de outra malta, enquanto o restante ficava olhando, e independente do resultado ambos aplaudiam calorosamente.



Após a Proclamação da República (1889), foi criado o decreto 847 de 1890, intitulado "Dos vadios e capoeiras". Este decreto repreendia a capoeira e seus praticantes. Então, através da perseguição policial, pouco a pouco foram sendo encarcerados, exilados ou exterminados os chefes das maltas e estas foram perdendo suas forças e sendo desmanteladas.


Um breve vídeo para representar um pouco
essa história:




MEU TRABALHO A PARTIR DE 2011:


                    Com pouquíssimo contato com meu mestre Roxinho e sem treinarmos juntos a 5anos, devido sua ida para Austrália, onde tem um trabalho lindíssimo e muito valioso com refugiados de guerra e pessoas carentes, acabamos decidindo consensualmente que meu caminho seria continuar administrando minha caminhada, conforme fosse melhor para minha evolução como capoeirista.

                    A partir daí, decedi procurar pelo prof. Marcelo Finco, fundador da ESCOLA DE CAPOEIRA N'GOLO IA MUANDA, para que pudesse me integrar ao seu grupo de alunos. Como eu o Marcelo já com um bom contato, treinávamos juntos sempre que possível e nossa amizade e pontos em comuns em relação aos objetivos com a capoeira estavam bem harmoniosos, então fui aceito no grupo e a partir daí passei a fazer parte de uma nova família, agora meu terceiro grupo de angoleiros/capoeiras. 
                    Meu espaço de treino fica localizado na Zona leste de São Paulo, no CEU ROSA DA CHINA- JD. SÃO ROBERTO- ZONA LESTE-SP.



Rua Clara Petrela, s/número. JD São Roberto - Z. Leste.
             
                    OS TREINOS SÃO REALIZADOS NOS SEGUINTES DIAS:

                    SEGUNDAS E QUARTAS- FEIRAS DAS 19H30M AS 21H30M.
                     
                    AS AULAS SÃO GRATUITAS!! 

                    Para participar basta respeitar o horário de início do treino, estar com calça comprida que lhe dê mobilidade, ou seja, que não seja agarrada, usar camiseta longa com mangas e tênis, de preferência de sola baixa (tipo tênis para futebol de salão, por exemplo).




Ieee...


Da Lua